Repouso é a palavra de ordem no Botafogo.

A busca dos times cariocas sem estádios, caso do Botafogo com o fechamento do Engenhão, por melhores receitas fora do estado tem um preço. E poderá ser alto a longo prazo se o departamento médico e a comissão técnica não souberem dosar as energias dos atletas.

A prova alvinegra de quanto o desgaste influenciará dentro de campo terá continuidade nas próximas semanas. Anteontem, o time viajou pela manhã de ônibus para Volta Redonda, venceu o Figueirense por 1 a 0 e voltou na madrugada ao Rio.

No sábado, o time irá de avião até Recife, onde jogará com o Fluminense pelo Brasileiro. O clássico, cujo mando é do Botafogo, foi levado para fora do estado por causa da renda. Em Volta Redonda, o público não ultrapassaria 20 mil pessoas. No jogo de anteontem, foram pouco mais de 700 torcedores. Na Arena Pernambuco, o total chega a 46 mil pessoas e a expectativa é de bom público.

Os jogadores reconhecem que o cansaço pesará. E tentam minimizá-lo de toda forma possível com ajuda da comissão técnica e dos médicos.

— É desfavorável, sim. Não é bom estar sempre viajando, ainda mais com jogos quartas e domingos. É sempre desgastante. Seria bom ter o Engenhão para ter um jogo aqui e um fora. Sabemos das dificuldades de sempre ter que viajar, é um campeonato muito competitivo e o cansaço pode fazer diferença. O descanso vai ser mais necessário do que nunca. Mas não podemos ficar lamentando porque é o que temos. Vamos esperar que o Maracanã reabra e possamos jogar — disse o lateral-direito Lucas.

— Comento muito que isso não é só ruim para o futebol, mas para a cidade do Rio. E vai ser um desgaste grande ter que viajar para outros estados. Agora, vamos para Recife; depois, Porto Alegre (jogo contra o Grêmio, como visitante). Cabe agora ser bastante profissional, ficar de repouso, esse fator tende a atrapalhar bastante — afirmou Rafael Marques.

Volta redonda: apoio

Até que o Maracanã possa ser usado — e poderá ser em todos os jogos do Botafogo como mandante —, os jogadores reconhecem que Volta Redonda tem tido um papel importante. Lá, o time está invicto há 10 jogos e foi onde a equipe conquistou o Carioca com total apoio da torcida.

— Fica a cargo da diretoria a escolha. Se a gente sentir que as viagens estão atrapalhando, vamos passar para eles — declarou Lucas, que, por outro lado, está ansioso em jogar nas novas arenas.