Pelo menos antes de seis meses, o Estádio Olímpico João
Havelange, o Engenhão, não deverá ser liberado para o público. A estimativa é
do conselheiro para Obras de Grandes Estruturas do Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), Antonio Eulálio.
De acordo com o conselheiro do Crea, existe todo um
processo a ser executado para a recuperação da estrutura. Primeiro terá de ser
feita uma análise para saber quais as peças da estrutura metálica do estádio
terão de ser reforçadas ou substituídas. Depois, é necessário elaborar um plano
de montagem dessas peças. Além disso, é preciso quantificar as horas que serão
gastas na recuperação para fazer uma estimativa de orçamento a fim de dar
início à concorrência pública.
Na avaliação de Eulálio, o aço usado na estrutura da
cobertura do estádio não foi o melhor. “Poderia ter sido adotado o aço de alta
resistência à corrosão, com 50% a mais de resistência e custo maior de 10% a
15%. Mas o custo-benefício seria melhor para o Poder Público”, disse.
Ele explicou que a estrutura metálica para recuperar é
mais simples que o concreto armado, porque a peça com problema pode ser
substituída totalmente ou então ser reforçada acrescentando volume à estrutura.
Para o conselheiro do Crea, no entanto, o grande problema é a corrosão. Segundo
ele, isso requer mais tempo de trabalho por causa da remoção da pintura e
preparação da base para receber um tratamento com zinco a fim de proteger a
estrutura metálica.
O prefeito Eduardo Paes interditou o estádio na noite da
última terça-feira (26), após receber o laudo detectando falhas estruturais em
sua cobertura. O problema está nos arcos leste e oeste, que tiveram um
deslocamento 50% a mais do que o previsto no projeto e apresentam risco de
desabar sob condições ventos fortes. “Nossa prioridade é a segurança dos
frequentadores. O Engenhão vai ficar fechado pelo tempo necessário, só reabre
quando houver uma solução definitiva”, disse o prefeito.
O Estádio Olímpico João Havelange foi construído para os
Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e inspirado no estádio do Benfica, em
Portugal. A obra que começou em 2003 foi orçada inicialmente em R$ 60 milhões,
mas o custo final ficou em R$ 376 milhões.
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