segunda-feira, 13 de maio de 2013

Há 50 anos, Che Guevara conhecia de perto o Madureira



Nesta semana, completa-se meio século de que um grande personagem histórico encontrou uma equipe do futebol carioca. Mas não se tratava do grande Botafogo da época, com seus grandes craques bicampeões mundiais, de um Fluminense multicampeão no Rio de Janeiro, do já tradicional e poderosíssimo Flamengo ou do tão laureado Vasco da Gama. O clube foi o Madureira e a figura famosa foi ninguém menos que Ernesto Che Guevara, guerrilheiro argentino que liderou a Revolução Cubana, quatro anos antes.

O encontro aconteceu justamente na ilha da América Central. Em 18 de maio de 1963, o Madura fechava uma vitoriosa excursão ao país e foi visitada por Guevara. A visita do Tricolor Suburbano foi emblemática: foi o primeiro clube de futebol estrangeiro a estar em Cuba para disputar jogos após Fidel Castro ter assumido o poder, em 1959, depondo o ditador Fulgencio Batista.

O Madureira, que passou por outros países da América Central antes de chegar a Cuba, disputou cinco jogos no país, vencendo todos. No dia da última partida, Che Guevara entrou em campo para encontrar os jogadores. Simpático, posou para fotos, mostrou-se sorridente e até distribuiu algumas flâmulas cubanas para a delegação madureirense, estas guardadas até hoje no acervo do clube.

Contexto histórico: clima em Cuba era de tensão

Cuba era o grande centro do comunismo na América Latina, em plena Guerra Fria. Um ano antes de receber o Madureira em sua terra, o país viveu uma grande expectativa de uma guerra de verdade com os Estados Unidos, durante a chamada “Crise dos Mísseis”, em 1962. Nela, o governo norte-americano soube que Cuba tinha mísseis nucleares e ameaçou iniciar conflito caso os mesmos não fossem retirados de lá.

Na época, a União Soviética tomou as dores do país latino e entrou na negociação com o governo do então presidente americano, John Kennedy. Depois de 13 dias de tensão, o governo soviético de Nikita Khruschev aceitou retirar os mísseis de Cuba, não sem antes conseguir forçar também a retirada de mísseis americanos de bases na Turquia, país que fazia fronteira com a URSS.

Em 1961, um ano antes da Crise dos Mísseis, outro episódio ameaçou a paz mundial. Exilados cubanos fieis ao governo de Fulgencio Batista se uniram aos EUA na tentativa de invadir Cuba e depor Fidel Castro. A ação deu errado, os norte-americanos foram derrotados e a relação entre os países se deteriorou.

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