Quem prestou
atenção no discurso muito bem elaborado por Luiz Felipe Scolari, momentos antes
da convocação feita ontem, já poderia antecipar – mesmo que por poucos segundos
- a exclusão de Ronaldinho da lista dos que vão disputar a Copa das
Confederações daqui a exatos 31 dias.
Dizia
Felipão: “Neste momento não somos um clube, não defendemos um estado, somos o
Brasil. Independente de quem torce para A ou para B, que possamos trabalhar
juntos pelo Brasil e pela seleção”. Caía como uma luva para o gaúcho que
esqueceu de jogar bola em sua passagem pelo Rio de Janeiro e hoje é grande
estrela nas Minas Gerais.
Nem
Ronaldinho Gaúcho, nem Kaká. Scolari deixou os dois campeões mundiais de 2002
de fora. Isso sinaliza que, se permanecer como treinador, os dois estão
praticamente fora da Copa do Mundo de 2014 – independente do tamanho da bola
que estiverem jogando nos próximos meses.
O técnico
talvez tema que Kaká apresente a irregularidade dos últimos tempos, por conta
de uma reserva forçada por seu desafeto, o treinador José Mourinho. Em relação
a Ronaldinho, o motivo pode ser outro: a estrela brilhante do craque ofuscaria
o projeto do técnico de montar uma nova “família” sem privilegiar o
individualismo - e priorizando o grupo. Além do mais, deve ser mais fácil puxar
as orelhas de Neymar do que mexer no ego do campeão mineiro.
Questionado
sobre a ausência da lista, Luiz Felipe foi categórico: “Acredito que, mesmo que
eu levasse o jogador que o jornal quer ou que a televisão quer, iria ter
pressão”.
Mas será que
ele, algum dia, cedeu a pressões desse tipo?
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